sexta-feira, 12 de abril de 2013

A Crise da Atualidade



A crise económica europeia e, particularmente, a crise económica portuguesa está a afetar a vida dos portugueses a todos os níveis. Portugal vive hoje dias cinzentos. Os portugueses estão mais pobres e sem esperança.

Um dos aspetos mais preocupantes é o desemprego que está a afetar os jovens. O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, consciente da importância crescente dos subsídios de desemprego sobre os esforços para cortar custos e alcançar as metas rigorosas orçamentais fixadas pelo resgate, pediu que os jovens desempregados considerassem todas as alternativas no mercado de trabalho de idioma português. Isto aconteceu em Dezembro de 2011 e a partir daí a reação contra o Governo e as suas medidas não parou de crescer.
Cavaco Silva, Presidente da República


Algumas reações…

- Pedro Fernandes, um humorista português, no 5 Para a Meia-Noite fez uma cover original da música Gangnam Style retratando o estado atual do país. A música intitula-se A Gamar com Style e é uma crítica ao Governo português, em particular às suas medidas de austeridade.



- O trabalho de dois estudantes portugueses de Animação e Design Multimédia do Instituto Politécnico de Portalegre foi escolhido para ser o videoclip do tema “Animals”, da banda britânica Muse (20 de março de 2013). O vídeo retrata em forma de animação a realidade económica atual e a dicotomia entre as pessoas e o poder político e financeiro. 

- As manifestações e as greves gerais aumentam, como forma de protesto contra a reforma do mercado de trabalho, a política de austeridade económica, a redução das redes de segurança social e a reforma do sistema de pensões.

- Homens da Luta são dois músicos/comediantes sobre temas de protesto. As suas canções são uma paródia das cantigas de intervenção do 25 de Abril e as personagens que os membros do grupo representam são caricaturas dos cantores de intervenção da altura, desde as palavras de ordem à indumentária. Em 2011, representaram Portugal na Eurovisão, através dos votos dos portugueses. Eles são comediantes, não são cantores, pelo que este gesto dos portugueses demonstra a sua insatisfação, já que a canção vencedora é, acima de tudo, uma canção de luta contra o Governo português.

- Grândola Vila Morena, de Zeca Afonso volta a ser ouvida. Canção escrita por Zeca Afonso para a Sociedade Musical Fraternidade Operária Grandolense, em 1964. Foi a senha de confirmação da Revolução dos Cravos em 1974. Hoje é ouvida em todas as manifestações de Portugal e de Espanha.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Convergência - 1914 a 2010 (2ª parte)

2ª parte: 1974 a 2010


A força política e económica do Estado Novo entrou em declínio na fase final do regime, sobretudo durante o consulado de Marcelo Caetano (1968 a 1974). Esse declínio deveu-se ao aumento do grau de contestação política e a problemas económicos relacionados com as dificuldades orçamentais surgidas da guerra colonial, que se intensificava e deixava de fazer sentido.
No dia 25 de abril de 1974, os militares, apoiados pelo Povo que com eles saiu à rua nesse dia, puseram fim ao regime ditatorial e deram início a uma nova época política. Portugal conheceu assim o caminho da Democracia.
Porém, nos primeiros anos após a Revolução dos Cravos, o país viveu uma grave crise económica, que, muito sumariamente, se deveu a:

- Chegada dos Retornados;
- Diminuição da emigração;
- Diminuição das exportações;
- Introdução do salário mínimo;
- Nacionalização de empresas.

Para resolver esta crise, Portugal iniciou o caminho que lhe era inevitável: a integração europeia.


1986 – Entrada na Comunidade Económica Europeia
1992 – Adesão ao Mercado Único Europeu
1999 – Adesão ao Euro

O financiamento europeu ajudou e ajuda hoje em dia Portugal a desenvolver setores essenciais para o desenvolvimento económico do país - agricultura, indústria e formação de recursos humanos.
Sendo um país atrasado economicamente em relação ao resto da Europa, foi e tem sido necessário o ajustamento da economia portuguesa à nova realidade de abertura. Por isso, foram lançadas políticas financiadas pelo orçamento comunitário que procuravam estimular o investimento público e privado na agricultura, nas infraestruturas de comunicação e na educação.

Com os sucessivos alargamentos da Europa, Portugal vai perdendo alguns dos financiamentos, ao mesmo tempo que aumenta a sua dívida externa, numa tentativa de acompanhar o ritmo mundial das economias, já que a Europa tornou-se um mercado aberto ao Mundo.
As dificuldades de crescimento em Portugal na primeira década do século XXI contrastam com as expetativas, sobretudo daqueles que viram na adesão ao Euro a última oportunidade de a economia portuguesa entrar de forma inequívoca no caminho da convergência.

Apesar da crise económica que se vive hoje, Portugal tem uma economia mais aberta, uma sociedade mais plural e uma política mais democrática, devido ao seu desenvolvimento autónomo, mas, sobretudo, devido à sua integração crescente na economia europeia.