1851 a 1914 - A Industrialização
Apesar das revoltas liberais que foram acontecendo em Portugal durante este reinado, D. Maria II conseguiu governar com relativa estabilidade e houve um pequeno crescimento económico, impulsionado, acima de tudo, pelo início da construção das linhas férreas.
O reinado de D. Luís foi também um período de desenvolvimento económico. Portugal estava em paz; as revoluções liberais acalmaram, pois o rei respeitava a Monarquia Constitucional e o governo, de facto, governava.
Assim, durante este reinado, a indústria desenvolveu-se e houve uma grande melhoria das condições de vida da população portuguesa. Este facto deve-se também à ação de Fontes Pereira de Melo, ministro do rei que tomou uma série de medidas que, pela sua importância na vida portuguesa da época, ficaram associadas a um período que ganhou o nome de FONTISMO.
Preocupado em recuperar o país do atraso económico e tecnológico, Fontes Pereira de Melo encetou uma política de construção de novos meios de comunicação e transporte, tais como estradas, caminhos de ferro, pontes, portos, telégrafo e telefone.
Fontes Pereira de Melo |
Estes foram passos importantes para o verdadeiro arranque da industrialização em Portugal, uma vez que tiveram as seguintes consequências:
- criação de um mercado nacional;
- incremento agrícola e industrial;
- alargamento das relações entre Portugal e a Europa.
Mesmo com os avanços verificados pelos resultados da ação de Fontes Pereira de Melo, se compararmos a indústria portuguesa com a europeia, continuamos a verificar que ela está atrasada, devido à falta de mão-de-obra qualificada e às leis do protecionismo, que mantinham o país fechado sobre si mesmo, dificultando as transações comerciais com o exterior.
- Reinado de D. Carlos (1889 a 1908)
D. Carlos governou Portugal com "pulso de ferro", não deixando lugar para as ideias liberais que começavam a ser implementadas em Portugal. Assim, o país recomeçou a viver sob a Monarquia Absoluta e, é claro, o descontentamento ressurgiu.
Para agravar a situação e dar força a esse descontentamento, em 1890, a Inglaterra faz o que ficou conhecido como Ultimato, ou seja, exige a Portugal a retirada das tropas portuguesas da zona africana entre Angola e Moçambique (colónias portuguesas da altura). A razão deste Ultimato prende-se com um conflito de interesses entre os dois países: Portugal queria ligar Angola a Moçambique, de forma a alargar o seu Império e a obter mais matéria-prima; Inglaterra pretendia ligar o Cairo à Cidade do Cabo por uma linha férrea. Ambos os projetos nunca chegaram a ser concretizados.
Mapa Cor de Rosa - Projeto português |
Projeto inglês |
É neste ambiente que Alfredo Keil compõe uma música (com letra de Henrique Lopes Mendonça) que virá a ser o Hino de Portugal quando, um pouco mais tarde, é implementada a República. Influenciado pela "Marselhesa", intitula a sua música de "A Portuguesa" e ela passa a ser ouvida pelos que lutavam contra a Monarquia Absoluta de D. Carlos.
Oiça a música de Alfred Keil que virá a ser o Hino de Portugal: "A Portuguesa"
A tensão aumenta em Portugal e em 1908 D. Carlos e o seu filho primogénito (que seria o futuro rei de Portugal, D. Filipe Luís) são assassinados, pondo fim à Monarquia Portuguesa e inaugurando-se um novo período da história política de Portugal, o da 1ª República. Este acontecimento ficou conhecido como "O Regicídio".
O Regicídio de 1908 |
Agricultura
A Lei da Fome (1899) foi implentada com o objetivo de proteger o comércio dos cereais produzidos em Portugal, estabelecendo um preço fixo para a sua venda e proibindo a importação de cereais até que este produto de esgotasse em Portugal.
Como consequência, deu-se o aumento das áreas cultivadas, mas Portugal fecha as suas portas ao comércio exterior.
Indústria
Depois da ação de Fontes Pereira de Melo, a industrialização arrancou. Porém, em relação à Europa, Portugal continua atrasado e sem conseguir competir, devido à falta de desenvolvimento na agricultura e à falta de mão-de-obra qualificada.
Comércio Externo
Portugal comercializava com a Europa vinhos, frutas, legumes, azeites e cortiça, mas estes produtos eram de fraca qualidade, devido aos atrasos na agricultura e na indústria, o que levava os países europeus a procurarem esses produtos noutros pontos da Europa, abandonando o comércio com Portugal. Exemplo disso foi o facto de em 1876 a Inglaterra passar a comercializar vinho com França, sendo este um acontecimento que simboliza o início da mais velha aliança europeia e cuja rutura decisiva acontece com o Ultimato.
Portugal comercializava com a Europa vinhos, frutas, legumes, azeites e cortiça, mas estes produtos eram de fraca qualidade, devido aos atrasos na agricultura e na indústria, o que levava os países europeus a procurarem esses produtos noutros pontos da Europa, abandonando o comércio com Portugal. Exemplo disso foi o facto de em 1876 a Inglaterra passar a comercializar vinho com França, sendo este um acontecimento que simboliza o início da mais velha aliança europeia e cuja rutura decisiva acontece com o Ultimato.
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